Vantagens da utilização dos bioindicadores arilsulfatase e β-glicosidase
A maior vantagem dos bioindicadores é que eles são mais sensíveis que indicadores químicos e físicos, detectando com maior antecedência alterações que ocorrem no solo, em função do seu uso e manejo (Matsuoka et al., 2003; Mendes et al., 2003; Balota et al., 2004; Hungria et al., 2009; Peixoto et al., 2010; Lisboa et al., 2012).
Em todos os experimentos/fazendas avaliados, as enzimas arilsulfatase e β-glicosidase, em conjunto ou separadamente, foram os bioindicadores que consistentemente apresentaram maior sensibilidade para detectar alterações no solo, em função do sistema de manejo (Mendes et al., 2019a). Essas duas enzimas possuem uma estreita relação com a MOS, parâmetro base da qualidade de um solo, e o rendimento de grãos, parâmetro que reflete o aspecto econômico das lavouras, que é fundamental para a sustentabilidade do negócio agrícola (Lopes et al., 2013, 2018; Mendes et al., 2019a).
Outras características que tornaram vantajosa a utilização da arilsulfatase e da β-glicosidase são: precisão, coerência, sensibilidade, simples determinação analítica e reprodutibilidade. Além disso, as duas enzimas são relacionadas à ciclagem da MOS, não são influenciadas pela aplicação de adubos e calcário e se adequam ao conceito Fertbio de amostragem de solo (Mendes et al., 2019b). Essas enzimas também são correlacionadas com vários outros atributos microbiológicos (carbono da biomassa microbiana, respiração basal, fosfatase ácida, celulase, desidrogenase, etc.), o que permitiu a seleção de apenas dois indicadores para expressar o funcionamento da maquinaria biológica dos solos.
Vantagens da utilização da arilsulfatase e da β-glicosidase
- Sensibilidade para detectar mudanças no solo.
- Relacionadas ao funcionamento do solo (ciclagem de nutrientes).
- Relacionadas ao rendimento de grãos das lavouras e com a matéria orgânica do solo.
- Resultados são “interpretáveis”: alto, médio e baixo.
- Simplicidade analítica e não geram resíduos.
- Não influenciadas por adubos e calcário.
- Se adequam ao conceito Fertbio de amostragem de solo.
- Custo de análise, coerência e reprodutibilidade.
A título de comparação, o programa Comprehensive Assessment of Soil Health (CASH) de monitoramento da saúde de solo, da Universidade de Cornell (EUA), selecionou três indicadores obrigatórios (proteínas do solo, respiração basal e carbono ativo) e dois optativos (nível de pressão de doenças nas raízes e nitrogênio potencialmente mineralizável) como indicadores biológicos para avaliar a saúde do solo cujos níveis foram interpretados com base em distribuições estatísticas (Moebius-Clune et al., 2016). Na Holanda, foram utilizados 12 indicadores biológicos interpretados com base em valores obtidos em áreas de referência (Rutgers et al., 2012). Assim, verifica-se que o uso da BioAS coloca o Brasil na vanguarda mundial desse assunto ao possibilitar a inclusão de métricas cuja interpretação tem como base o rendimento das lavouras e a MOS.
Conforme ilustrado na Figura 3, a atividade enzimática total de um solo é o somatório da atividade enzimática dos organismos vivos (plantas, microrganismos e animais) e das enzimas abióticas. Isso confere às determinações das atividades das enzimas arilsulfatase e β-glicosidase mais outras duas vantagens importantes: (1) elas são parâmetros integradores relacionados a todos os componentes biológicos do solo (plantas, animais e microrganismos); (2) por não estarem associadas somente ao componente vivo, podendo ser adsorvidas em partículas de argila e na matéria orgânica, funcionam como impressões digitais dos sistemas de manejo aos quais o solo foi submetido permitindo, dessa forma, acessar o que, ilustrativamente, define-se como “memória” do solo (Mendes et al., 2019a).
Fonte: Tecnologia BioAS: Uma maneira simples e eficiente de avaliar a saúde do solo

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