Por Fernanda Pereira, Coordenadora geral da GenomaA
O licenciamento ambiental é um processo crucial para garantir o desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos naturais. Com o crescente reconhecimento da importância da conservação do meio ambiente, novas abordagens têm sido adotadas para avaliar o impacto de atividades humanas no ecossistema. É nesse contexto que as análises moleculares se configuram como uma ferramenta poderosa, oferecendo informações detalhadas e precisas sobre as condições ambientais.
As análises moleculares são técnicas laboratoriais que envolvem a investigação de componentes e processos biológicos em nível molecular, especificamente de moléculas como o DNA, RNA e proteínas. Várias abordagens podem ser adotadas, de acordo com o objetivo a ser atingido, bem como o tempo disponível, fornecendo insights sobre a diversidade biológica, interações ecológicas e impactos das mudanças ambientais.
Das aplicações que podemos desenvolver para uso nos estudos do licenciamento ambiental estão:
- monitoramento de Biodiversidade: as análises do DNA ambiental (e-DNA) têm se destacado como uma maneira não invasiva de monitorar a biodiversidade em uma área, por meio da coleta de amostras de água, solo ou outros substratos, a partir dos quais se detecta material genético de plantas, animais e microrganismos;
- avaliação de espécies ameaçadas: com o uso de análises genéticas, é possível identificar, rastrear ou confirmar a presença de espécies ameaçadas ou em perigo de extinção, presentes em áreas de interesse;
- estudos de diversidade/conectividade entre populações: avaliar a diversidade genética entre populações de espécies-chave para o licenciamento ambiental pode auxiliar na tomada de decisão sobre as estratégias de conservação a serem adotadas para determinadas situações, avaliar o impacto de eventos intensivos sobre o ambiente, bem como auxilia na definição de áreas de proteção.
Todas essas abordagens auxiliam na construção de um licenciamento ambiental mais preciso e eficaz, gerando informações e evidências técnicas-científicas de alta qualidade para comprovar que as medidas adotadas pelas empresas e/ou atividades a serem licenciadas são positivas e efetivas na conservação dos recursos. Além disso, a tomada de decisão dos gestores responsáveis pelos processos de licenciamento nas empresas se torna mais precisa e bem orientada, inclusive evitando problemas com os órgãos ambientais e de fiscalização.
É uma nova era. Pense diferente. Pense em DNA!